
Terceira Guerra Mundial, dessa vez virtual
E um mundo globalizado onde a democracia é exaltada pelos governos e a liberdade de expressão é um dos fundamentos da política, descobrimos recentemente que víviamos sobre uma verdade inconveniente (como diria meu ídolo Al Gore).
Desde 2006 a WikiLeaks vem revelando ao público os podres das guerras norte-americanas e das políticas mundiais em geral. Porém, chegando ao fim do mês de dezembro de 2010, Julian Assange, fundador do WikiLeaks, chegou a ser um dos homens mais procurados pela Interpol, a polícia internacional, atendendo a pedidos do governo sueco com o objetivo de extradição. Tudo por um pseudocrime que não seria motivo para tamanha preocupação da polícia internacional. Julian foi acusado de manter relações sexuais sem usar preservativo, o que na Suécia é considerado estupro, com pena de até 2 anos. Julian se entregou a polícia de Londres e ficou em cárcere por poucos dias até que seus amigos e seguidores o ajudaram a pagar sua fiança de mais de R$ 600 mil.
A tal passo devemos nos perguntar: Por que Julian teria sido preso por um pseudocrime e teria de pagar tanto pela fiança? Bom, o motivo é mais que claro, estão tentando calar o editor-chefe do WikiLeaks. Por que então os governos, principalmente o dos EUA, não assumem diretamente que o motivo para prender Julian foi a publicação dos documentos secretos que feriam diretamente o governo norte-americano?
Em uma época onde se defende tanto a liberdade de expressão calar o WikiLeaks é que deveria ser um crime, tanto quanto esconder a face cruel e irresponsável das ridículas Guerras norte-americanas. Como dizem "fez a fama, deita-te na cama", os EUA não estão colhendo nada mais do que os frutos de duas guerras pretextuais como a do Iraque e do Afeganistão.
Mas voltando aos seguidores do Julian, a prisão do criador do WikiLeaks não poderia ser ignorada, e não foi. Após a prisão toda imprensa se voltou para o assunto, não só a imprensa como os seguidores de Assange. Crackers de vários lugares do mundo iniciaram uma série de ataques a sites que se negaram a fornecer serviços ao site WikiLeaks, como por exemplo site da Visa e MasterCard que se recusaram a repassar fundos oriundos de doações a WikiLeaks. O resultado foi o início do que poderia se tornar uma cyberguerra.
Frente a tantos movimentos a favor do WikiLeaks e de seu líder, o apoio da imprensa e grandes ataques virtuais que só comprovavam o poder do site e traziam o medo de uma suposta guerra virtual, a justiça britânica, que cuida do caso, aceitou o pagamento de fiança e libertou Julian em 16 de dezembro. Foram inteligentes, uma vez que os ataques pararam.
Apesar de solto, Julian ainda é monitorado de perto por meio de uma pulseira eletrônica, mas agora nada impede que o WikiLeaks volte com tudo em 2011. Por esse motivo o julgamento de Assange em janeiro de 2011 deva ser bem conturbado e até interessante. Veremos a diplomacia (ferida) norte-americana acusar Assange indiretamente por meio da justiça inglesa e do outro lado a população e o poder cibernético do WikiLeaks apoiando Julian. Quem irá ganhar? Aposto minhas fichas em Julian, uma vez que todo o mundo já percebeu o poderio da "turma Wiki".
Enfim, estamos a poucos passos de 2011 e o que ainda estamos encontrando é um retrocesso ao tempo da ditadura e revivendo a censura. O pior de tudo é que este movimento retrógrado parte de um país que tem minha total admiração e que sempre foi evoluído e democratico por não passar pelas ditaturas a que fomos acometidos um dia, falo dos Estados Unidos da América, um país que ainda tem muitos podres para serem revelados pelo WikiLeaks. É bem verdade que os documentos foram retirados de uma maneira torta as leis, mas saber toda a verdade de uma guerra suja não é crime. Crime é declarar uma guerra e ocultar seus podres, crime é censurar, crime é matar civis! Porque então não prendemos todo exército americano ao invés de Julian, ou melhor prendamos seus líderes! Resta aguardar e estar sempre de olho no wikileaks.org para sabermos de mais verdades que estão escondendo de nós.
Thiago Antonio Varanda
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